sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Se ele (Arlindo) continua eu saio"

Alcides Nóbrega, Presidente do C D Estreito de Câmara de Lobos, tece duras criticas a Arlindo Gomes














O presidente do GD Estreito, Alcides Nóbrega, está cansado de "ouvir não" a todas as solicitações que faz à Câmara Municipal de Câmara de Lobos, presidida por Arlindo Gomes, e por isso já decidiu abandonar o leme de uma instituição que orienta há "cerca de 20 anos". "Se ele (Arlindo Gomes) continuar vou-me embora. É só o tempo de arrumar a casa e convocar eleições", avançou de imediato, ao DIÁRIO.

Campeão regional de futsal 2008/2009, o GD Estreito é das colectividades mais eclécticas do panorama desportivo madeirense. Mas esse esforço não tem sido reconhecido pela autarquia de Câmara de Lobos, com quem Alcides Nóbrega diz não manter relações. "Não estou incompatibilizado", alerta, pois simplesmente nunca teve nenhum tipo de relacionamento. "As poucas reuniões que mantivemos com a Câmara aconteceram a meu pedido".

Ao invés, com o "a autarquia do Funchal a relação é muito motivante, até com o próprio Governo e secretaria" e só lamenta que isso "não seja extensível à autarquia" onde o clube que lidera está sediado. "Há falta de humildade e de algum carinho para com as instituições desportivas de Câmara de Lobos. Essa é a grande falha e não me sinto à vontade para trabalhar assim, com essa grande distância", apontou.

O tratamento camarário para com as colectividade é "pobre" e igual para "todos os clubes", conforme conseguiu depreender durante algumas reuniões. "O sentimento é generalizado. As pessoas têm de compreender que não somos funcionários públicos. Somos todos 'carolas', tiramos tempo ao seu tempo para dedicar aos outros".

Ao longo dos quase oito anos de mandato de Arlindo Gomes e a sua equipa, que acusa de "não ouvir e não falar com as suas instituições", o cansaço físico e psicológico leva-o agora a ponderar seriamente o abandono. "Parece que estou a mais neste projecto e não quero ser o coveiro da instituição que dirijo, por isso o mais correcto será retirar-me para que surja alguma pessoa que talvez consiga reunir outro tipo de apoio", raciocinou. "É triste uma pessoa não ser ouvida nem achada em qualquer situação", desabafou em seguida.

Oito anos de mandato em que o apoio financeiro despendido ao GD Estreito "não foi mexido". O pior é que "agora, e num ano eleitoral em que normalmente existe mais 'mãos largas', em Câmara de Lobos decidiu-se cortar nos apoios" o que, no caso do Estreito, significou um corte na ordem dos 10 mil euros anuais. "Para nós representa muito e não entendemos a situação", notou.

O mais grave, segundo Alcides Nóbrega, é o facto desta redução ser feita sem um diálogo prévio. "Não nos dizem nada, não explicam a razão de tirarem isto ou aquilo", concluiu.

GD Estreito só sobe se o Marítimo descer

"Sem subsídios não há hipótese". Arlindo Nóbrega, é taxativo quando confrontado com a eventual subida aos nacionais após quatro anos de existência do futsal. O clube orgulha-se de ser credível e não cometer erros que outros acabaram por fazer ao nível da gestão financeira e o grande objectivo é mesmo manter a aposta na formação. "Sem formação é impossível alguma equipa se manter a nível nacional e os resultados dizem isso mesmo. Ainda não houve nenhuma equipa que tenha conseguido a permanência, porque o que se tem feito no futsal é aproveitar alguns valores cansados do futebol de 11", argumentou para sustentar a sua tese.

"A excepção", segundo o presidente, é o próprio GD Estreito, que "tem feito questão de haver formação". "É preferível termos menos equipas e mais qualidade de modo a que possamos ter resultados práticos em termos nacionais", elucidou.

Edmar Fernandes

Com a devida vénia do DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA

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