O presidente da Junta de Freguesia de Câmara de Lobos voltou a levantar a voz na Assembleia Municipal ao criticar em alto e bom e som todo o executivo camarário (PS e MPT incluído). Com as declarações de Higino Teles, reapareceram as 'farpas' à liderança de Arlindo Gomes.
Eleito pelo PSD - tal como o seu homólogo - Teles manifestou o seu profundo repudio pelo facto de ver confirmado o corte de 15 mil euros (-33% do valor em 2009 - 44.900 euros) na verba que a autarquia câmara-lobense transfere anualmente para a Junta.
O autarca não se conteve e, no final, em declarações ao DIÁRIO, classificou a iniciativa do PSD (aprovada com os votos do PS e do MPT) de "discriminatória". E disse mais: "Quero acreditar que esta posição não seja premeditada", desferiu o social-democrata.
Ainda a 'ferver' da curta sessão ordinária do mês Junho, voltou à carga com as suas dúvidas, dizendo não querer crer que por detrás da atitude de Arlindo Gomes "estejam questões pessoais".
Há muito que é conhecido as posições políticas distintas entre ambos, levando-os à troca sucessiva de 'galhardetes' entre o presidente da Junta e da Câmara.
Teles diz que está ali para defender os interesses dos munícipes da localidade de Câmara de Lobos que o elegeu com vantagem de mais 400 votos comparativamente a Gomes, eleitos nas últimas eleições autárquicas.
Talvez a pensar nesta estatística, adianta que os câmara-lobenses "não valem menos que os munícipes das outras freguesias".
Embora também diga reconhecer o estado difícil das contas da edilidade e de assistir à crise financeira, garante não estar ali para criar "mais um caso", porém, durante a reportagem, não se coibiu de deixar no ar muitas reticências à política de atribuição das subvenção municipal, nomeadamente a outras Juntas que até "têm um décimo da população" comparativamente à sua e que recebem exactamente a mesma quantia da freguesia sede.
É justamente por considerar que há uma injustiça com o povo da freguesia sede que o levou a tomar uma posição de contundência diante do olhar incrédulo dos deputados da bancada da maioria do PSD.
Os critérios apregoados pelo presidente Arlindo Gomes não satisfazem o colega de partido recordando "o factor de diferenciação que existiu noutros anos e que agora deixou de existir".
O dinheiro
Todas as juntas de freguesia de Câmara de Lobos vão receber menos verbas este ano por parte da Câmara Municipal. Os 'cortes' chegam a ultrapassar os 30%, comparativamente a 2009. A junta liderada por Higino Teles é a que mais 'sofre' com a redução imposta por Arlindo Gomes, uma vez que perde um terço da verba que havia sido canalizada no ano transacto, enquanto que a Junta do Estreito, presidida por Adelino Gonçalves, também vê a redução atingir um quarto do dinheiro que havia sido canalizado na anterior subvenção. Com menor impacto, mas também a contabilizar perdas entre os 7 e os 10% em relação ao último ano estão as juntas do Jardim da Serra (33.300), Quinta Grande (32.500) e Curral das Freiras (32.100), que vão receber igualmente 30 mil euros, cada uma.
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