sexta-feira, 13 de novembro de 2009

D. Ximenes Belo celebrou em Câmara de Lobos















Em memória das vítimas no cemitério de Díli Ainda no dia de ontem D. Ximenes Belo celebrou na igreja paroquial de Câmara de Lobos, para lembrar as centenas de “vítimas do massacre de Santa Cruz”, no cemitério de Díli, na sua maioria jovens, ocorrido a 12 de Novembro de 1991.

Na sua homilia, explicou as razões da reacção das populações, nomeadamente dos “jovens resistentes timorenses” que fizeram frente a “um povo grande” que “esmagava um povo pequeno e explorava um território, nessa altura com cerca de 700 mil habitantes”.

“O massacre de Santa Cruz foi precisamente isso, não reconhecer que o povo timorense que tinha as suas tradições culturais e religiosas, recebidas dos portugueses durante 450 anos, esse povo tinha direito a sobreviver e a ser povo com os seus deveres e obrigações. E porque não era respeitado era invadido, era ocupado (pela Indonésia)”.

“Os jovens sempre disseram: nós somos pequenos. Somos pobres, analfabetos, mas temos a nossa dignidade e queremos que os outros a respeitem. E, claro, levantaram-se não com armas na mão, mas pacificamente, no dia em que celebravam o 15.º dia da morte de um colega deles, Sebastião Rangel.”


Massacres continuam no mundo actual


Além daquele massacre, lembrou o Prémio Nobel da Paz de 2006, “houve tantos outros e mesmo hoje, no mundo, continua a ahver mortes, conflitos e irmãos nossos que morrem defendendo os seus direitos, defendendo a sua liberdade. Todos os dias entram nas nossas casas cenas de violência, de morte, que provêm do Iraque, do Afeganistão, Paquistão, do Darfur... E, portanto, todos estes acontecimentos continuam”.

“Falamos muito da paz, concedem-se muitos Prémios Nobel da Paz, fazem-se acordos de paz e , entretanto, a guerra continua. Até quando? Até quando todos os homens e mulheres se converterem realmente”, alertou o Bispo emérito de Díli (Timor-Leste).

A missa de ontem foi concelebrada pelo Pe. António Freitas, pároco de Câmara de Lobos e participada por entidades oficiais do Concelho, entre outros fiéis.

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