quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

11,5 milhões a afundarem-se no recém-inaugurado Estádio de Câmara de Lobos.












Apesar de ser uma obra recente e muito vultuosa, é já notório o abatimento que ocorre no solo junto da muralha que suporta o recém-inaugurado Estádio de Câmara de Lobos. O brutal investimento de 11,5 milhões de euros parece assim afundar-se, embora a situação seja minimizada pelo promotor da obra, o Governo Regional.


Com apenas pouco meias de meio ano de existência, aquele que é hoje o principal recinto desportivo do Concelho já motiva alguma apreensão entre responsáveis e utentes do recinto, perante a notória cedência do solo que suporta a muralha Sul do Estádio, entre este a Escola Secundária do Carmo.


Recorde-se que o denominado Estádio de Câmara de Lobos, cuja construção ascendeu aos 7,5 milhões de euros, acrescidos de mais 4 milhões para a estabilização do talude sobranceiro - lado Norte - o que perfaz um investimento global na ordem dos 11,5 milhões, foi inaugurado em Maio passado com pompa e circunstância, mas desde cedo começou a evidenciar alguns problemas na consolidação dos terrenos adjacentes na parte inferir da muralha que 'segura' o complexo.


Ao que o DIÁRIO apurou, para já o abatimento quase não se reflecte nos recintos desportivos. A área de jogo do campo de futebol não apresenta (ainda) qualquer anomalia, enquanto que a pista de atletismo nesta zona da cabeceira Sul, evidencia um ligeiro desnivelamento no tartan, que muito provavelmente estará relacionado com o afundamento do subsolo que ali ocorre e que de resto está bem visível na parte exterior da muralha. O dito assentamento motivou mesmo a oscilação e a consequente abertura de algumas 'brechas' entre as placas de betão que 'suportam' a zona afecta à prática desportiva, uma das quais avançou mesmo alguns centímetros em relação às restantes.


Assentamento normal diz S. Costa


Hugo Fernandes, director de instalações, não quis se pronunciar sobre o assunto, remetendo antes qualquer posição para a entidade que tutela os equipamentos públicos desportivos.


Contudo o presidente do Conselho Directivo do IDRAM relegou para a Secretaria Regional do Equipamento Social (SRES), entidade responsável pela obra quaisquer esclarecimentos. Catanho José limitou-se apenas a assegurar que o Equipamento Social estaria "já informada desse assunto. Eles é que podem fazer o ponto da situação, porque são os responsáveis pelo projecto e pela sua instalação", justificou.


Entretanto da SRES, e por escrito, Santos Costa mandou informar "que o abatimento ocorrido junto ao muro de suporte do campo de futebol de Câmara de Lobos, lado sul, deve-se unicamente ao assentamento das terras vegetais aí colocadas, destinadas à execução da zona ajardinada". Considera ainda o governante que "este assentamento é normal, uma vez que decorre da compactação natural do solo vegetal", que garantiu ir ser "reposto oportunamente", daí que desvalorize "qualquer implicação na estabilidade da estrutura do muro", concluiu.


'Utentes' preocupados


O presidente da Associação de Atletismo da Madeira desdramatiza o impacto do abatimento na pista, embora confirme que o mesmo já seja notório. Contudo e porque se trata apenas de uma "ligeira oscilação", Policarpo Gouveia garante que pelo menos e por enquanto "ao nível da modalidade não atrapalha". Considera tratar-se apenas de um problema estrutural que "não traz nenhum entrave ou condicionalismo para os treinos de atletismo". Embora a situação já tenha sido detectada "desde o início", mostra-se convicto que não advirão daí problemas, porque "as entidades competentes estão a acompanhar. Pelo que sei, estão a aguardar pela estabilização dos terrenos para poderem intervir", concretizou.


Outro dos 'inquilinos' deste recinto é Higino Teles, que além de ser o líder do CSD Câmara de Lobos, que faz casa neste estádio, é também o presidente da Junta de Freguesia local. "Preocupa-me, porque podemos estar perante um problema naquela estrutura que pode vir a pôr em causa a sua normal utilização". Ainda assim, garante que o abatimento "não se reflecte ainda no recinto de jogo" e confia que tal nunca venha a acontecer, embora "só os técnicos é que poderão precisar", sustentou, lembrando que a obra "ainda está dentro da garantia".



Orlando Drumond


Fonte: http://www.dnoticias.pt/Default.aspx?file_id=dn04011010130110

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