sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Perguntas & Respostas sobre o PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA








1. O PND é um partido de Esquerda ou de Direita?

Ainda que os conceitos de Direita e Esquerda possam manter a sua validade para o pensamento político, a verdade é que actualmente existe uma grande confusão sobre Direita e Esquerda no espírito do cidadão comum, que tem grande dificuldade em fazer distinções desta natureza.
O PND não é de esquerda na medida em que repudia o socialismo e as suas utopias, o totalitarismo e a concentração de poderes (económico, financeiro, ideológico, educativo, sanitário, etc) nas mãos do Estado, ou melhor, nas mãos daqueles que o dominam, como temos visto acontecer nos últimos anos.
Por outro lado, o PND também não se identifica com o conceito de Direita representado pelo CDS e PSD, do qual temos vergonha e nos demarcamos, que mais não têm feito ao longo dos anos que desvirtuar as ideias e os princípios da Direita política.
Falar hoje de Direita e Esquerda é perigoso, pela confusão instalada nos espíritos, pelo que essa terminologia só deve ser usada quando entre as partes que comunicam existe um mesmo entendimento dos conceitos de Direita e Esquerda.

2. Porque é que o PND se demarca da Direita alegadamente representada pelo CDS e PSD?

Porque, efectivamente, essa “Direita” nunca foi capaz de combater pelas ideias que diz representar, sempre se pautou pela moleza e pela sonolência. Enquanto a Esquerda tomava conta de todos os poderes: Estado, educação, saúde, cultura, pensamento, comunicação social, subsídios,... essa “Direita” contentou-se com uns lugares de deputados em Lisboa e Estrasburgo, e algumas (poucas) vezes em governos, mas sem capacidade de exercer efectivamente o poder e, muito menos, combater a hegemonia de poder da Esquerda em Portugal. Para percebermos como Portugal está dominado e enviesado pela Esquerda basta verificar que é o único País da Europa em que a extrema-esquerda conta mais de 20% de votos nas eleições, além de empurrar o PS para políticas radicais de esquerda.

3. Mas, então que Direita é essa do PND?

É uma Direita que assenta as suas raízes no realismo da condição humana, que recusa as utopias e a redefinição de tudo o que já existe, que aceita o ser humano e as suas estruturas históricas de organização da sociedade civil (família, associações profissionais e culturais, municípios, Nação) como anteriores e com primazia em relação ao Estado, que preconiza um Estado Mínimo e um Governo Mínimo com especiais atribuições em garantir a soberania nacional, a defesa, a segurança e a justiça. Uma Direita que aposta na liberdade e responsabilidade da sociedade civil, não só em matéria de opções económicas e políticas, mas também de educação, saúde e iniciativa privada, em geral: aquilo em que a sociedade civil se puder bastar o Estado não deve intervir. O Estado Mínimo será um cooperador da sociedade civil e suas iniciativas e nunca um pretenso substituinte ou obstáculo ao dinamismo que queremos imprimir na sociedade civil.

4. Que visão tem o PND do Estado moderno?

O Estado é para o PND um meio, um instrumento ao serviço do Homem e da sociedade, nunca o princípio nem o fim da sociedade. O Estado Mínimo é o meio mais adequado para respeitar a natureza social do homem e promover o bem e a sobrevivência da comunidade.

5. Quais são as batalhas políticas que actualmente o PND considera mais importantes?

Limitar os poderes do Estado e deixar a sociedade civil respirar livre e responsavelmente. É imprescindível retirar os poderes das mãos da Esquerda, que é por natureza concentracionária e totalitária no exercício do poder, ainda que hoje o faça de forma subtil e burocrática. É urgente libertar a sociedade portuguesa do domínio da esquerda. Além do mais a ideologia esquerdista é destrutiva do ser humano e da coesão social. Corremos seriamente o risco dentro de 40 anos de ter uma demografia insustentável e uma população à beira da extinção, ou pelo menos sem relevância demográfica para dar continuidade ao País. Portugal pode acabar.
Consideramos também muito importante evoluir para um novo regime presidencialista, mediante uma Nova Constituição, que propomos e que é muito mais sintética, clara e desidiologizada que a actual. A adopção de uma Constituição como esta seria um “começar de novo” para Portugal. Seria uma pequena revolução.

6. Mas, limitar os poderes do Estado tem consequências a vários níveis...

Sem dúvida. Desde logo na economia e nas finanças em que o Estado tem muito poder em virtude dos elevados impostos que cobra. É por isso que propomos uma redução significativa dos impostos (IVA, IRC e IRS), a adopção de taxas únicas e a extinção dos pagamentos especiais por conta (PEC), que é uma verdadeira extorsão. Além do mais este tipo de políticas é a resposta mais adequada à crise actual, na medida em que dinamiza verdadeiramente a economia de “baixo para cima”, criando postos de trabalho. Um alívio da carga fiscal facilita a actividade das empresas, sem as quais não há emprego. É a alternativa ao despesismo estatal e ao “investimento público”. São as empresas que criam empregos e riqueza, não o Estado nem os subsídios.
Uma forma de limitar o poder do Estado e o devolver à sociedade civil é financiar a procura e não a oferta.
Outra consequência no campo fiscal será obrigar os poderes públicos a prestar contas da forma como utilizam o dinheiro. Quem é que em Portugal pede contas ao Governo e aos ministros sobre a forma como utilizam o dinheiro dos contribuintes? Esta cultura da responsabilidade existe pouco em Portugal, sobretudo nas campanhas eleitorais, período em que uma estranha amnésia costuma atacar o País.

7. Os excessivos poderes do Estado reduzem-se à fiscalidade?

De maneira nenhuma. São bem visíveis na Educação, mais para o mal que para o bem, em medidas totalitárias como a imposição de um modelo ideologicamente formatado de “educação sexual” de forma coerciva. O Estado, na demanda de poder sobre as consciências, tenta substituir os Pais nas tarefas de educação familiar, em vez de procurar suprir com seriedade e exigência aquelas competências que a família, por si só, não pode alcançar, como o ensino/aprendizagem das matérias relevantes, a preparação intelectual, cultural e profissional das novas gerações.

8. O que defende o PND como política de Educação?

Diminuir o poder e o peso do Estado significa lançar medidas que, progressivamente, e de uma forma realista, promova a autonomia e mesmo a gestão privada de escolas estatais, considerando que todas as escolas, independentemente de serem privadas ou estatais, são públicas, pois estão abertas ao público, que são as famílias, promova a diversificação de currículos, a adopção do cheque-ensino, e, com esse instrumento, uma maior liberdade de escolha dos projectos educativos para as famílias, sem serem penalizadas economicamente por não optarem pelo ensino estatal. Admitimos que a adopção destas medidas melhorará a qualidade do ensino em Portugal, mas não se fará de um dia para o outro.
O princípio é simples: o Ensino está centrado e em função dos alunos e não na carreira docente ou na avaliação dos professores. É a carreira docente e a avaliação dos professores que devem estar em função das reais necessidades dos alunos. A razão de ser da escola é a capacitação intelectual, cultural, profissional e humana dos alunos. O Estado não tem que educar nem ensinar, mas sim distribuir os recursos dos contribuintes de modo a que estes escolham o projecto educativo que consideram melhor para os seus filhos.
Porém, acresce um novo problema para o futuro próximo: a diminuição do número de alunos devido à queda da natalidade, o que levará necessariamente à dispensa de docentes.

9. E na saúde?

Esse é outro terreno ideologicamente minado... que urge desminar.
Também aqui estamos convencidos de que a alienação de poder por parte do Estado contribuirá para melhorar os serviços de saúde.
O Estado não tem que deter o monopólio da prestação de serviços de saúde, nem a prestação de serviços de saúde deve estar centrada na oferta do Estado. O Estado tem que distribuir os recursos dos contribuintes de modo a que estes possam aceder à prestação de cuidados de saúde que necessitam.
Concretizando, julgamos ser importante implementar gradualmente as seguintes medidas:
• Racionalizar os gastos e serviços prestados pelo SNS. Integrar a oferta do sector privado e estendê-la aos utentes do SNS. É indiferente se um serviço de saúde é prestado pelo SNS ou por um serviço privado.
• Conjugar os serviços do SNS com os serviços privados de forma a proporcionar o mínimo custo e o máximo benefício.

10. E quanto à Função Pública e o sector administrativo do Estado?

Portugal é um País com uma elevada despesa pública e um sector público muito dispendioso. É, desde logo, um País com uma elevada percentagem, em termos relativos, de funcionalismo público.
Dadas as circunstâncias, propomos:
• Congelar o ingresso de novos funcionários para a Função Pública.
• Reajustar a Função Pública de acordo com as reais necessidades da procura de serviços do Estado.
• O poder político tem que prestar contas da forma como usa o dinheiro dos contribuintes.
• Combate ao despesismo do sector público e ao “investimento público”.

11. Pressente-se que o PND se opõe às obras faraónicas do “investimento público”...

Obviamente... Por essa lógica de contenção de despesas públicas, loucuras como o TGV e um novo Aeroporto no “deserto”... Jamais.
Devemos optar de forma realista por soluções mais económicas, adaptadas às necessidades reais. É derreter dinheiro dos contribuintes lançar-se no TGV e deixar a meio a construção dos troços dos alfa-pendulares. É preferível e mais sério terminar os troços para os alfa-pendulares, já iniciados, do que iniciar mais uma cavalgada sem concluir a anterior. É preferível uma solução “Portela + 1”, adaptando alguma base aérea da área de Lisboa (por exemplo Alverca, que tem comboio bem perto), do que fazer um novo e enorme aeroporto de raiz. É bom não esquecer que o critério supremo de construção e obras públicas é o interesse dos portugueses, não a adjudicação de obras nem os interesses dos políticos.
O esbanjamento nos estádios de futebol para o Euro 2004 devia servir de emenda...

12. E quanto a uma política energética? Que dizer das energias alternativas?

A energia é um bem necessário à nossa sobrevivência e desenvolvimento. Também aqui se impõem critérios económicos e de eficiência.
Um objectivo que consideramos estratégico e realista é tornar Portugal gradualmente mais independente dos combustíveis fósseis do exterior. As energias alternativas (hidroeléctrica, nuclear, solar, eólica, etc) terão a sua contribuição para esse objectivo. A questão é saber a que preço. As energias alternativas são mais caras que os combustíveis fósseis e devem ser introduzidas de forma gradual e criteriosa, impondo-se como condição a sustentabilidade económica e financeira desses investimentos, isto é, não serão mantidos como deficitários à custa de subvenções estatais. O que significa que promoveremos a utilização das energias mencionadas nos sectores em que forem economicamente sustentáveis.

13. Além da originalidade de propor um regime presidencialista, como acontece nos EUA, o PND também foi pioneiro na proposta do “Serviço Comunitário”. O que é isso?

Uma questão de justiça muito simples. Que as pessoas que recebem subsídios de desemprego, enquanto os recebem, devem trabalhar ao serviço da comunidade, exceptuando as pensões em casos de velhice, de invalidez ou doença comprovada. Esse serviço seria prestado em horário laboral em integrado nos serviços de Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais ou outras instituições locais que sirvam a comunidade. O subsídio é a remuneração desse trabalho. Quem sabe se por aí não haveria pessoas a entrar no mercado de trabalho? Deste modo, também não faz sentido existir Rendimentos Sociais de Inserção (RSI) a troco de nada.

14. Até agora, nem uma palavra sobre a situação da Justiça em Portugal...

Tal é a confusão...
Custe o que custar é imprescindível garantir a independência entre magistrados/tribunais e a política/políticos, e que funcionem, tanto quanto é possível, como se o outro não existisse. O facto de haver juízes que são nomeados pelos poderes partidarizados ensombra tudo isto e devia ser corrigido. Talvez se devesse impor aos magistrados a condição de não pertencer a partidos políticos.
Quanto à (falta de) celeridade da justiça, se o Ministério da Justiça tem falta de funcionários, talvez se devesse reajustar a alocação de funcionários públicos pelos diferentes ministérios segundo as necessidades. Por outro lado, consta que em Portugal há leis a mais (para tudo e o seu contrário) que pretendem definir tudo ao pormenor, o que torna a sua aplicação mais difícil e ciclópica.

15. Muitas pessoas queixam-se que não podem sair à rua...

É verdade. Só os políticos e governantes que têm bons carros e guarda-costas desconhecem a insegurança que grassa pelo País fora. Não andam de transportes públicos, como os comboios das linhas de Sintra e Cascais, nem passam por certos meios urbanos e suburbanos. E quando passam é com aviso prévio e vão bem escoltados.

16. Que propõe o PND fazer em favor da segurança pública?

Poucas medidas, mas algo corajosas:
• Reforço da vigilância nas fronteiras, com especial atenção sobre o tráfico de seres humanos, redes de imigração ilegal, tráfico de droga, armas, etc.
• Reforço da autoridade e da confiança nas forças policiais (esta é a principal causa que mina a sua eficácia)
• Fazer incidir a vigilância e apertar o controlo sobre o mundo do crime e não sobre o cidadão comum. O actual governo tem um conceito de segurança que privilegia o controlo de quem respeita a lei e a ordem: na sua política de segurança o governo tem sido forte com os fracos e fraco com os fortes. Para os fortes o crime compensa, porque com esses o governo não se mete.

17. Acha que casos como o que recentemente sucedeu no Bairro da Bela Vista, em Setúbal, e outros que frequentemente têm sucedido (Quinta da Fonte, Azinhaga dos Besouros, o caso em que um agente da polícia foi assassinado, etc) se resolvem apenas com mais forças de segurança?

Não. As forças de segurança são um pressuposto, um pressuposto que tem que existir, que sendo necessário não é suficiente. Depois é preciso tirar os jovens e pessoas em maior risco que vivem nesses bairros, seja para a escola, seja para aprender uma profissão, seja para trabalhar. É fundamental que as pessoas que vivem nesses bairros façam uma parte importante da sua vida fora dele, contactem individualmente com o exterior. A permanência, a ausência de contacto com o exterior, favorece a “guetização” e a integração em gangs e quadrilhas.
O que sucede é que, como o Código Penal dá vantagem ao criminoso e coloca a priori sob suspeita a autoridade, o crime acaba por compensar e nesses meios campeia a sensação de impunidade. É isto que queremos combater.

18. E a imigração? É ou não um problema?

Neste momento, a imigração para Portugal parece ter estabilizado, e não representa um problema com a magnitude que tem em França, no Reino Unido, na Bélgica ou na Holanda. Em todo o caso devemos entendê-lo estritamente como um problema de segurança, que mais tarde ou mais cedo vamos ter que enfrentar.
Na medida em que é um problema em certos países europeus também o pode vir a ser em Portugal, por arrastamento, pelo que se trata de um fenómeno que deve ser controlado, sobretudo pela forma como tem sido aproveitado pelo mundo do crime organizado para se instalar por toda a Europa.
Essas medidas de controle e vigilância são benéficas para os portugueses e para os próprios imigrantes legais, porque a legalidade lhes dá mais segurança. Só o mundo do crime e do tráfico, e os que com esse mundo são cúmplices, temem a exigência da legalidade.
O fenómeno da imigração deve ser controlado por razões de segurança, que os portugueses compreendem, funcionar dentro da legalidade de acordo com as necessidades laborais e económicas do País.
O debate sobre a imigração em Portugal, tal como sucede noutros temas, tem sido monopolizado pela esquerda. Parece que só eles podem opinar sobre o assunto e demonizam quem pensa de modo diferente. Assim como ontem enganaram os trabalhadores, hoje querem enganar e tirar partido político dos imigrantes, dos quais se consideram donos.

19. Como vê o PND a Europa e a União Europeia (UE)?

A Europa vemos bem, a UE nem por isso.
Não podemos cair na armadilha dos federalistas e confundir a Europa com a UE. Não são a mesma coisa. Nós somos europeus e europeístas, pró-Europa. E por isso mesmo somos contra a criação de um super-Estado na Europa por cima dos Estados e das Nações que já existem, porque tal superestrutura jurídica, burocrática e totalitária atenta contra a liberdade e a autodeterminação das Nações europeias, que se devem relacionar, aliar, fazer tratados livremente, em benefício de todas as partes, sem o controlo de uma “Central” que lhes faz imposições políticas e ideológicas.
A Europa, mais do que um espaço geograficamente determinado, é um espaço civilizacional com raízes e fundamentos comuns, mas que não é politicamente homogéneo, como a UE pretende. Nós estamos com essa Europa de Nações livres, politicamente independentes, que partilham no presente e para o futuro uma herança cultural e civilizacional comum.
A UE só interessa aos políticos e funcionários dos partidos europeus, como a elevada abstenção das últimas eleições demonstrou. Não interessa aos povos europeus. A elevada abstenção das últimas eleições foi uma derrota para a UE e para o Tratado de Lisboa.
A forma de proceder da UE merece toda a desconfiança dos europeus, seja pela forma pouco clara como funciona e impõe “directivas” aos governos nacionais, seja pela forma truculenta e trapalhona com que tem pretendido influenciar, mudar e corrigir os resultados de referendos a que os povos foram chamados a pronunciar-se. Para a UE os referendos só são válidos quando dão o resultado que os políticos e funcionários pretendem. Isto não é de gente honesta.

20. Mas as eleições europeias também tiveram consequências a nível nacional...

Se tiveram...
O Engº Sócrates percebeu como nunca que pode perder as eleições legislativas. Em termos eleitorais, nestes últimos 4 anos, o PS do Engº Sócrates foi um autêntico passador de votos para a extrema-esquerda, sobretudo para o BE, que engordou à conta do PS, depois de o ter conduzido ideologicamente para medidas radicais e totalitárias (aborto, divórcio, casamentos gay, eutanásia, etc).

21. E bastará o governo mudar para as mãos do PSD para o País mudar significativamente?

De forma alguma. Mesmo que o governo mude para o PSD, e eventualmente também para o CDS, o poder, que é o que realmente conta na política, permanece nas mãos da esquerda: o Estado, a educação, a saúde, a ideologia dominante, a cultura, a comunicação social. É uma ilusão pensar que, mesmo que o Engº Sócrates perca as legislativas e as ganhe o PSD, a esquerda perde poder em Portugal.

22. E o que é necessário para que a esquerda perca efectivamente poder em Portugal?

Não basta que mude o governo. É preciso que mude efectivamente o poder. E para que mude o poder nas estruturas antes mencionadas, é preciso que mudem as mentalidades. E isso, o PSD e o CDS nunca conseguiram fazer, a também não o vão fazer agora sozinhos.
É, por isso, necessário a criação de um movimento de ideias que sirva de alavanca aos partidos ditos de Direita para que o sejam de forma coerente, em pensamento e acção. Esses partidos precisam de ser dirigidos ideologicamente pela Direita, em vez de o serem pela Esquerda, como tem sucedido até aqui.
O PND pode liderar e/ou fazer parte desse movimento de renovação e de união de uma Direita política ambiciosa e com garra, capaz de combater a hegemonia totalitária da esquerda. E a eleição de deputados do PND, em especial do Dr. Manuel Monteiro, é um passo indispensável para este movimento começar a ter vida e voz.
Eis o que é importante reter: o PSD e o CDS sozinhos não se conseguem renovar em termos ideológicos, precisam de “ajuda externa”. O PND pode e deve contribuir decisivamente para essa renovação da Direita. Com a eleição do Dr. Manuel Monteiro essa renovação inicia a sua marcha.

23. Mas, o mundo não é só a Europa... Quais as prioridades nas relações externas de Portugal e na política internacional?

As prioridades orientam-se em direcções diferentes.
Primeiro – os países europeus deviam olhar para a imigração um pouco ao contrário: o investimento e a formação nos países de origem das grandes massas migratórias proporcionam criação de riqueza e desenvolvimento desses povos, fixando-os nos seus próprios ambientes, sem passarem pela ilusão do “Eldorado” que alguns pensam ser a Europa.
Segundo – privilegiar as relações atlânticas que o mar nos proporciona, a NATO, as nossas alianças seculares, especialmente com os EUA e Reino Unido.
Terceiro – Iniciar uma política de relações mais claras e comprometidas com a CPLP e a comunidade lusófona, não só do ponto de vista cultural, mas sobretudo relações comerciais, formação científica e profissional, para dar alguns exemplos.
Quarto – Intensificar as relações diplomáticas e comerciais com países de outros continentes que se caracterizem por uma matriz cultural e política de proximidade com a civilização ocidental.

24. Quais os desafios à nossa civilização no futuro próximo?

• O declínio demográfico do Ocidente, sobretudo da Europa
• A imigração islâmica para a Europa e o dinamismo da sua demografia
• As consequências económicas, sociais e políticas destes fenómenos nas próximas décadas, incluindo a hipótese de extinção da sociedade ocidental

25. Como é que se lida com isto?

Reconhecendo sem eufemismos os estragos que as políticas destrutivas da esquerda têm causado ao longo das últimas décadas em matéria de família e coesão social. Nós não podemos olhar só para um fenómeno de cada vez e fingir que os outros não existem. Temos que juntar tudo e ter uma visão de conjunto de todos estes fenómenos ao mesmo tempo – divórcio, aborto, “educação sexual”, casamentos gay, eutanásia – e ver o rasto de destruição que todas essas bandeiras da esquerda deixam na sociedade. Hoje temos uma sociedade profundamente envelhecida, que não se rejuvenesce se tudo continuar na mesma, que põe em perigo a sobrevivência demográfica de Portugal. Pior ainda, parece que não temos novas gerações preparadas para dar respostas adequadas.

26. Vale a pena tentar inverter a marcha das últimas décadas ou é melhor esperar pela morte?

Temos o dever de combater até à última gota de sangue. Se vamos vencer ou não... É muito importante que a taxa de fertilidade dispare nos próximos anos para o dobro. Se tivermos 200 mil bebés por ano, talvez consigamos recuperar o terreno perdido.

27. Que medidas propõe para chegar aí?

• Mudar a mentalidade dos portugueses (e dos europeus), sobretudo jovens, no sentido de olharem de uma forma bastante mais positiva para a maternidade, a paternidade e a família
• Preparar as novas gerações para assumir o desafio da maternidade, da paternidade, da família, apesar das dificuldades que terão de enfrentar
• Políticas de apoio às necessidades reais das famílias: aumento das deduções fiscais para as famílias com filhos e das despesas com educação dos filhos; conciliação entre trabalho e vida familiar; apoio a associações da sociedade civil que se dediquem à promoção da maternidade e da família

28. Quais são as consequências sociais e políticas da crescente imigração islâmica para a Europa e da sua demografia?

A questão que se põe é de saber, em consequência da conjugação do declínio demográfico da população europeia com a ascensão demográfica da população islâmica, quem é que vai deter o poder nas nações europeias daqui a 10, 20, 30 anos? Será a Europa um Líbano, uma Faixa de Gaza, uma Argélia, um Egipto, um Irão? Haverá cá Hezbollahs, Hamas, etc?

29. Que fazer?

Acautelar desde já a permanência da ordem política ocidental:
• Garantir que o poder político permanece em mãos ocidentais
• Garantir que as comunidades imigrantes aceitam a ordem política e os princípios do Direito vigentes no Ocidente

30. Foi dito e insinuado anteriormente que a esquerda é totalitária. Porquê?

Basta ver como funciona o poder em Portugal, que ideias são veiculadas, para não dizer impostas, na comunicação social, na educação estatal, as opiniões autorizadas, as represálias do contraditório… Que ideologia está por trás disso?
Basta ver a ideologia dominante da UE e da ONU e saber como funcionam estas organizações. Estas estruturas foram tomadas de assalto pela ideologia esquerdista, que tenta impor um estilo de pensar e de viver a todos os povos, que eles chamam pomposamente “inclusivo”, mas que é único e, portanto, exclusivo, que se tem manifestado, de forma muito incisiva, na propaganda do aborto e do controle da natalidade (que eles chamam pomposamente “direitos reprodutivos”), na tentativa de equiparar o homossexualismo com o heterossexualismo e o casamentos homossexuais com os heterossexuais, e, em geral, no igualitarismo radical de todas as formas de vida. É uma estratégia global para obrigar a maioria a aceitar e viver segundo os ditames de uma minoria de iluminados e que pretende formatar o pensamento e as convicções das pessoas, determinando, de fora para dentro, todas as suas decisões, incluindo obrigar as pessoas a actuar contra a sua própria consciência. Para a esquerda não há limites para a acção política, nem para o exercício do poder. A esquerda pretende adulterar a essência do ser humano, dominar a vida e a morte. Por isso é totalitária.
A esquerda apropriou-se dos “direitos”, que definiu arbitrariamente e que usa como justificação e alavanca para exercer o poder sobre os outros.
Mas, porquê esses direitos e não outros, porventura contrários? Esses “direitos” definidos arbitrariamente pela esquerda radicam no igualitarismo abstracto e utópico em vez da comum natureza humana. Além de totalitária, a esquerda é arbitrária. Os direitos são assim porque eles querem, não há nenhuma referência estável para esses direitos, nem para as mudanças que eles pretendem.
A natureza, ao remeter para a estabilidade do que nos é dado a priori, protege-nos do totalitarismo e da arbitrariedade.
Chegados aqui, percebemos como a Direita tem andado a dormir.

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